quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Capítulo I (parte 2)


-Amor, acho que encontrei um excelente presente de final de ano pra nossa amiga Laura.-comentei com minha namorada enquanto observava a garota que passava a véspera do nata sozinha.

-E o que seria?-ela devolveu intrigada.

-Estou vendo uma solteira convicta bem ali do outro lado da rua esperando por ela!

-Droga Camila...cheretando a vida dos moradores do prédio vizinho de novo?

Sinceramente, eu odeio estes comentário hipócritas que ela faz, então respondi na mesma moeda.

-Ora Gil, faça-me o favor! Quantas vezes não passamos madrugadas nos divertindo juntas fazendo justamente isso? É algo um tanto inconveniente, eu sei, mas também é muito divertido!

Ela riu do outro lado da linha, e eu sabia que estava indo tudo bem.

-Tá bem, minha detetive, você venceu, agora vá tomar seu banho, te quero aqui as 23:30 em ponto!

-Ok amor, te vejo em trinta minutos no máximo.

E de fato, em alguns minutos eu aproveitava o trânsito tranqüilo da cidade vazia no feriadão. Metade de meus conterrâneos havia migrado para a praia para garantir um lugar ao sol no reveillon com antecedência, e a maioria dos que restavam na cidade comemoravam o natal reunidos nas casas de seus parentes, com quem provavelmente só falavam educadamente em datas como esta, por causa de uma maldita tradição que um dia alguém inventou e a moda "colou".

Enquanto dirigia pra casa da Gil, passei pela frente da casa de meus avós paternos. As luzes estavam acesas pela casa inteira, os enfeites natalinos brilhavam e pude ver os homens da família bebendo, falando alto e jogando dominó no pátio como todos os anos desde que me entendo por gente, enquanto provavelmente as mulheres falavam mal da vida alheia na sala, vendo os programas especiais de natal na televisão, tudo sempre igual, como nos outros anos. Por quê será que quando vamos ficando mais velhos, deichamos que tudo caia na rotina? Será que quando for a minha vez de ficar velha, comigo vai ser diferente? Acho que tenho medo de envelhecer. Pensei em parar pra cumprimentá-los, já que era natal e coisa e tal, mas vi mais adiante o carro da minha tia mais encrenqueira estacionado na contra-mão. Lembrei-me que embora a gente insista, tem certas coisas que definitivamente não valem a pena.

5 comentários:

Andréa Balsan disse...

oi...obrigada pelo recado no meu blog...fico feliz por ter gostado. domingo eu vou postar novamente...espero que possa ler o segundo capitulo e continue gostando...adorei o seu blog....e achei muito interessante ao tentar entrar veio um recado perguntando se eu sabia o que estava fazendo? rs...
falando sobre o conteúdo....
daí me deu mais curiosidade de ler...
beijos e obrigada...

Andréa Balsan disse...

qndo vc me respondeu, agora, tinha acabado de ler esse post seu...dei uma risadas....gosto do jeito que vc escreve...é leve, honesto e eu consigo imaginar a cena...
gostei bastante...
de verdade...
esta história aconteceu de verdade, ou, como as minhas histórias, é só ficção?
beios

Andréa Balsan disse...

poxa, obrigada por passar o link para a sua irmã...
eu resolvi escrever sobre lésbicas, primeiro pq sou...segundo pq eu acho q é algo pouco abordado(apesar de existir filmes, livros e series)...às pessoas tratam não só a homossexualidade, mas a sexualidade em si como um tabu, mas é a coisa mais honesta que temos...
eu peguei sugestões de personagens(pessoas falavam oo que queriam ver, como uma cantora sexy, uma suicida, uma menina q se apaixona pela professora, uma que perde a namorada pro ex e outra q perde pra amiga)....
vou voltar sempre no seu blog...e vc seja sempre bem vinda no meu...
ps.: onde vc viu o link para entrar nele?

beijos

Andréa Balsan disse...

ah....só uma pergunta, pois estou analisando umas coisas....qual foi a personagem que lhe chamou mais atenção até agora?

Rose disse...

mana ta muito legal ... so axo ruim pq assim fico curiosa pra saber do desenrolar desta historia!!!
ve se posta logo o resto p eu saber oq vai acontecer?
bjux